Quando descobri que seria pai do Bernardo, a ficha demorou um pouco para cair. Regiane (minha esposa) estava radiante, e eu? Bem, eu estava tentando entender como seria o meu papel nessa história. É engraçado como, em um primeiro momento, muita gente encara a gravidez como algo exclusivamente da mãe. Mas, se tem algo que aprendi ao longo dos meses, é que o pai tem um papel fundamental durante toda a gestação.
A gravidez é uma experiência compartilhada. Não importa se você não vai sentir os enjoos ou carregar o barrigão — você pode (e deve) estar presente de várias formas. E não estou falando só de carregar as sacolas no mercado ou montar o berço, mas de realmente se envolver, emocionalmente e, na prática, para criar um ambiente acolhedor para a sua parceira e para o bebê que está a caminho.
Se você está vivendo ou se preparando para viver essa fase, fica por aqui. Vou compartilhar dicas práticas, reflexões e até alguns aprendizados que tive ao lado da Regiane. Afinal, a gravidez é a primeira chance de mostrar ao seu filho que você está 100% presente.
Guia do conteúdo
Entendendo a gravidez do ponto de vista do pai
A Re (irei chamar minha esposa assim daqui em diante… é a forma que eu chamo ela no dia a dia) me contou que seríamos pais, era uma quarta-feira, por volta das 19h da noite. Eu estava jogando Age of Empires no computador, aproveitando aquele raro tempinho para relaxar (saudades desse tempo, aliás… porque depois que o Bernardo chegou, essas coisas viraram uma lembrança distante!).
Na hora, a notícia me deixou extremamente feliz, mas confesso que junto com a alegria veio uma preocupação enorme. “Como vai ser?”, pensei. Principalmente por conta do lado financeiro. Já vou deixar aqui um alerta para os futuros papais: se organizem financeiramente para a chegada do bebê. No meu caso, eu estava passando por um momento de muita incerteza profissional. Tinha começado a empreender na internet, mas ainda não ganhava muito dinheiro.
Se você está passando por algo parecido, quero que saiba que é normal. Dúvidas, incertezas e sentimentos que vão além da felicidade fazem parte do pacote. Não é como no Instagram, onde tudo parece perfeito e fácil. Ser pai começa exatamente assim: tentando conciliar a alegria da novidade com as preocupações da vida real.
Os sentimentos do pai durante a gravidez
A gravidez pode despertar uma montanha-russa de emoções nos pais. Aqui estão algumas das mais comuns:
- Ansiedade: “Será que estou preparado?” ou “Como vou dar conta de tudo isso?” são pensamentos que podem surgir.
- Medo: Desde preocupações com a saúde do bebê até questões financeiras, é normal sentir insegurança.
- Empolgação: Imaginar o bebê chegando ao mundo é, sem dúvida, emocionante.
- Incerteza: Às vezes, você pode se sentir sem saber como ajudar ou qual exatamente é o seu papel.
Aceite esses sentimentos como parte do processo. Eles não fazem de você um pai menos preparado — pelo contrário, mostram que você se importa.
Eduque-se sobre a gravidez
Se tem uma coisa que aprendi é que informação reduz muito o nervosismo. Tire um tempo para entender o que está acontecendo com a sua parceira e com o bebê. Isso pode ser feito de várias formas:
- Leia livros sobre gravidez e paternidade.
- Acompanhe aplicativos de desenvolvimento do bebê semana a semana.
- Assista a vídeos educativos, mas sem exagerar nas fontes alarmistas.
Eu li alguns livros e acho que valem a pena para qualquer pai de primeira viagem. Vou deixar aqui às sugestões:
Livros que eu recomendo
Quanto mais você souber, mais preparado vai se sentir para ajudar. Além disso, entender o que a sua parceira está passando cria empatia e fortalece o vínculo entre vocês.
Converse com outros pais
Outro ponto importante é buscar conselhos e trocar experiências. Quando eu comecei a conversar com amigos que já tinham filhos, percebi que muitos dos meus medos e dúvidas eram comuns. Além de aprender com as experiências deles, também recebi dicas valiosas — e algumas histórias hilárias que me deixaram mais tranquilo.
Comunicação com sua parceira
A gravidez pode ser desafiadora, mas ter uma comunicação aberta e empática com a sua parceira faz toda a diferença. Lembro que, durante a gestação do Bernardo, houve momentos em que a Re estava cansada, emocionalmente sensível e precisando de apoio, mas eu nem sempre sabia exatamente como ajudar. O que aprendi? Perguntar, ouvir e estar presente são as bases de uma boa comunicação.
Como fortalecer a comunicação durante a gravidez
- Pergunte como ela está se sentindo
Parece simples, mas esse é um gesto poderoso. Muitas vezes, só perguntar “Como você está?” já ajuda a abrir espaço para ela compartilhar o que sente. Não tente resolver tudo — às vezes, ela só precisa de alguém para escutar. - Compartilhe seus sentimentos também
Falar sobre suas próprias emoções cria um ambiente de confiança. Se você está preocupado ou ansioso, dividir isso com ela pode fortalecer o vínculo entre vocês. - Respeite os silêncios
Nem sempre será o momento de conversar. Algumas vezes, o melhor apoio que você pode oferecer é um abraço ou simplesmente estar ao lado dela.
Estabeleça uma rotina para conversarem sobre a gravidez, seja durante o jantar ou antes de dormir. Esses momentos ajudam a alinhar expectativas e a se sentirem mais conectados.
Entenda as mudanças sísicas e emocionais
Durante a gravidez, o corpo e a mente da sua parceira passam por transformações gigantescas. Lembro de uma vez que a Re começou a chorar porque o suco de laranja acabou (sim, é engraçado depois, mas na hora eu fiquei sem reação). Foi aí que percebi que parte do meu papel era entender essas mudanças sem julgamento.
Algumas coisas que você deve ter em mente:
- As alterações hormonais podem causar mudanças de humor, cansaço e sensibilidade.
- O corpo dela está se adaptando para criar uma nova vida, o que pode gerar desconforto físico, como dores ou enjoos.
- Ela pode sentir insegurança sobre a aparência ou o futuro — é importante reforçar que você está ao lado dela.
Evite respostas genéricas, como “calma, é só um hormônio”. Em vez disso, mostre que você entende a situação e pergunte como pode ajudar. (Essa dica pode, literalmente, SALVAR seu casamento.
Trabalhem juntos nos planejamentos
Uma parte importante da comunicação é dividir as responsabilidades. Planejar juntos o quarto do bebê, acompanhar consultas ou até discutir sobre como será a rotina após o nascimento ajuda a equilibrar o peso emocional e prático da gravidez.
Aqui estão algumas ideias:
- Decidam juntos quais itens comprar para o bebê.
- Conversem sobre o plano de parto e como você pode participar.
- Falem sobre como vão dividir as tarefas depois que o bebê chegar.
Não espere que ela te peça ajuda. Ofereça-se para fazer parte de tudo desde o começo — isso mostra que você está comprometido e interessado.
Participação ativa nos pré-natais
Acompanhar os pré-natais não é apenas uma oportunidade para saber se está tudo bem com o bebê — é também uma forma de mostrar para a sua parceira que vocês estão nessa juntos. Lembro da primeira consulta que fui com a Re. Quando ouvi o coraçãozinho do Bernardo pela primeira vez, foi como se tudo finalmente ficasse real para mim. Esses momentos são únicos e criam memórias que você nunca vai esquecer.
Por que é importante estar presente?
Os pré-natais são muito mais do que exames e protocolos médicos. A sua presença:
- Demonstra apoio emocional: estar lá ao lado da sua parceira faz com que ela se sinta mais segura e acompanhada.
- Fortalece o vínculo com o bebê: ver ultrassons, ouvir o batimento cardíaco e acompanhar o crescimento do bebê ajudam você a se conectar com essa nova fase.
- Te ajuda a se preparar: durante as consultas, você aprende sobre as etapas da gravidez e pode tirar dúvidas diretamente com o médico.
Antes de cada consulta, pergunte à sua parceira se há algo que ela gostaria de esclarecer com o médico. Você pode ajudá-la a lembrar ou até mesmo fazer anotações.
Como tornar a experiência mais significativa
- Participe de todas as consultas que puder
Nem sempre será possível estar em todas, mas se esforce para marcar presença. Isso mostra comprometimento e cria uma parceria forte. - Faça perguntas ao médico
Não tenha medo de participar ativamente. Perguntar sobre o desenvolvimento do bebê ou os cuidados necessários para sua parceira demonstra que você está envolvido. - Esteja atento aos detalhes
Anote informações importantes durante a consulta, como orientações sobre alimentação ou atividades físicas. Isso ajuda a mostrar que você está atento e pode até aliviar o peso de responsabilidade da sua parceira. - Aproveite os ultrassons para criar uma conexão emocional
Ver o bebê se mexendo no ultrassom é algo indescritível. Use esses momentos para refletir sobre o papel que você já está desempenhando como pai.
O Que aprendi nos pré-natais
Algo que marcou para mim foi perceber que a minha presença fazia diferença para a Re. Em uma das consultas, ela estava visivelmente nervosa com alguns exames. Estar lá, segurando sua mão e mostrando que ela não estava sozinha, foi algo simples, mas poderoso.
Leve uma garrafa de água ou algo que sua parceira goste de comer, caso ela tenha que esperar muito no consultório. Pequenos gestos como esse mostram cuidado e atenção.
Preparação para a chegada do bebê
Sabe aquela sensação de estar super animado, mas ao mesmo tempo pensando: “Será que eu tô esquecendo alguma coisa importante?” Bem-vindo à preparação para a chegada do bebê. Aqui em casa, eu e a Re começamos com várias ideias loucas, mas no final percebemos que o básico resolve. É o tipo de coisa que faz você perceber que, sim, dá pra fazer bem feito sem surtar.
Criando o Espaço do bebê (sem surtar)
Montar o cantinho do bebê é um baita desafio — e um baita momento também. A primeira coisa que você descobre é que tem opções pra TUDO. Aí começa a dúvida: “Será que precisamos mesmo de um trocador? Ou dá pra improvisar na cama?” Minha dica? Vai pelo básico. Aqui vai uma lista de sobrevivência:
- Um berço (seguro e confortável, nada daqueles improvisos que parecem uma cama de gato).
- Uma cômoda pra guardar tudo (porque você não vai querer dobrar roupas no sofá às 2h da manhã).
- Um lugar confortável pra sua parceira amamentar, tipo uma poltrona.
Ah, e acredite: montar o berço a dois pode ser romântico… ou o começo de uma discussão sobre parafuso que sobrou. Talvez, papai, seja a hora de você mostrar toda a sua masculinadade e montar esse berço sozinho!
Compras: o básico que você realmente precisa
Se você entrar numa loja de bebês, vai sentir que precisa hipotecar a casa pra comprar tudo que eles juram ser essencial. Mas, na real, dá pra começar com o básico e ir ajustando conforme o bebê cresce. Aqui vai uma listinha pra te salvar:
- Fraldas (sério, compre muitas).
- Roupinhas fáceis de vestir (nada daqueles macacões cheios de botão que viram uma saga na madrugada).
- Lenços umedecidos, pomada de assadura e shampoo próprio pra bebê.
- Cadeira para carro (não adianta deixar pra última hora, porque o hospital só libera o bebê com isso).
- Carrinho.
Tarefas pra dividir
A melhor forma de evitar que a Re (ou sua parceira) queira te esganar de nervoso é dividir as responsabilidades. Aqui em casa, eu tentei me adiantar nas coisas práticas:
- Separar os documentos pro parto (plano de saúde, RG, etc.).
- Planejar refeições fáceis pros primeiros dias (ou encomendar algo rápido, porque cozinhar vai ser raro).
- Lavar as roupinhas do bebê com um sabão específico.
Se organize antes. Criar uma listinha no celular com o que falta fazer evita aquele desespero de última hora.
Pequenos gestos que fazem a diferença
Pequenos detalhes importam muito. Tipo quando sua parceira tá exausta e você faz algo simples, como buscar uma água, pegar o cobertor preferido dela ou resolver um perrengue no lugar dela. Essas coisas fazem toda a diferença. É isso que mostra que você tá junto de verdade. Não precisa ser nada grandioso — às vezes, só estar lá já basta.
Conexão com o bebê antes do nascimento
Sabe aquela história de que o pai só se conecta com o bebê depois que ele nasce? Balela. Dá pra começar esse vínculo desde a barriga. Eu confesso que, no começo, parecia meio esquisito conversar com a barriga da Re — tipo, será que o bebê tá ouvindo mesmo? Mas, com o tempo, isso virou uma das partes mais legais da gravidez. É um jeito de dizer: “Ei, tô aqui pra você também.”
Pequenos gestos que criam conexão
Nem tudo precisa ser sério ou metódico. Conexão é sobre presença, e isso pode ser feito de formas simples:
- Converse com o bebê: Fale como foi seu dia, conte piadas bobas ou só diga o quanto está animado para conhecê-lo.
- Leia histórias: Escolha um livro infantil e leia em voz alta. É tranquilo, divertido e ainda ajuda a criar uma rotina de leitura antes mesmo de o bebê chegar.
- Cante ou coloque músicas: Dá pra soltar aquele clássico que você adora ou criar uma playlist especial. E se você canta mal? Bom, é a hora de se redimir antes que o bebê perceba. 😅
Toque também cria laços
Sentir o bebê se mexer é mágico, mesmo que você só esteja do lado de fora. Sempre que o Bernardo dava aqueles chutinhos, era um evento aqui em casa. Re falava: “Coloca a mão aqui rápido!” A conexão é instantânea. Esses momentos são incríveis porque você sente, literalmente, que seu filho já tá interagindo com o mundo.
- Faça carinho na barriga da sua parceira.
- Acompanhe os chutes e movimentos. Dá até pra brincar de adivinhar onde tá a cabeça ou os pés.
- Use cremes ou óleos pra ajudar a massagear a barriga. Isso ainda mostra cuidado com a sua parceira.
Acompanhamento consciente
Além das interações físicas e emocionais, outra forma de criar conexão é se envolver ativamente no pré-natal e nas decisões sobre o parto. Quanto mais você participa, mais percebe que esse vínculo com o bebê já começou.
Quando parece difícil, tudo bem
Se por algum motivo você sentir que essa conexão ainda não tá acontecendo, relaxa. Não é uma corrida ou uma competição. Às vezes, ela surge com o tempo, e tudo bem. O importante é continuar se esforçando e estando presente. A paternidade é feita desses momentos que a gente constrói pouco a pouco.
Checklist: o papel do pai na gravidez
✅ Aprenda sobre a gravidez: leia livros, assista vídeos ou acompanhe aplicativos sobre o desenvolvimento do bebê.
✅ Converse com a parceira: pergunte como ela está e compartilhe seus sentimentos também.
✅ Participe dos pré-natais: esteja presente nas consultas, faça perguntas e acompanhe cada etapa.
✅ Ajude nas tarefas diárias: desde as compras até o preparo das refeições, sua ajuda vai ser muito bem-vinda.
✅ Monte o espaço do bebê: berço, cômoda, roupinhas… Dê uma de montador e organize tudo com carinho.
✅ Planeje as finanças: reveja gastos, monte uma planilha e se prepare para as despesas com o bebê.
✅ Crie conexão com o bebê: converse com a barriga, leia histórias ou até cante músicas. Vai parecer bobo no começo, mas faz toda a diferença.
✅ Seja apoio emocional: às vezes, só estar lá, ouvindo ou segurando a mão da parceira, já ajuda muito.
✅ Prepare os documentos do parto: plano de saúde, RG, certidão de casamento (se necessário) — deixe tudo organizado.
✅ Planeje a rotina pós-nascimento: combine com a parceira como vão dividir as tarefas quando o bebê chegar.
✅ Cuidado com você também: durma, se alimente bem e esteja saudável para enfrentar as aventuras que estão por vir (que serão muitas).
Conclusão
E aí, deu pra perceber que ser pai na gravidez é muito mais do que só “ajudar”, né? É estar presente de verdade, dividindo responsabilidades, cuidando da sua parceira e já criando um vínculo com o bebê antes mesmo de ele dar as caras no mundo. A gravidez é um baita treino pra vida que vem depois — cheia de noites mal dormidas, momentos incríveis e, claro, alguns perrengues (mas esses rendem ótimas histórias depois).
Se tem uma coisa que eu aprendi ao longo da gravidez do Bernardo é que cada gesto, por menor que pareça, faz uma diferença enorme. Não importa se você tá montando o berço, acompanhando um pré-natal ou falando com a barriga da sua parceira no meio da sala — o importante é mostrar que você tá ali, que eles podem contar com você.
Então, relaxa. Não precisa ser o pai perfeito ou ter todas as respostas agora. A paternidade começa no esforço, no aprendizado e no amor que você coloca em cada pequena coisa. Vai por mim, é um baita privilégio fazer parte dessa história desde o início.
Agora, aproveita esse momento, porque depois que o bebê nascer, meu amigo… a aventura só tá começando. 😅