Pai de primeira viagem: um guia completo para enfrentar os primeiros meses

Pai de primeira viagem: um guia completo para enfrentar os primeiros meses

Se você é pai de primeira viagem, este guia traz tudo o que você precisa saber: como lidar com as mudanças na rotina, se preparar para a chegada do bebê, dicas práticas para o dia a dia, criar vínculo com seu filho e pedir ajuda quando necessário. Tudo com leveza, sinceridade e um toque de experiência pessoal!

Quando meu filho Bernardo nasceu, eu achava que estava preparado. Li uns guias, assisti a vídeos, ouvi conselhos de amigos. Mas nada te prepara para a sensação de segurar seu bebê pela primeira vez – é como ganhar uma promoção no trabalho sem o manual do cargo. É maravilhoso, mas dá um frio na barriga que nenhum tutorial do YouTube consegue explicar.

Ser pai de primeira viagem é exatamente isso: um mix de euforia, susto e algumas noites sem dormir (ok, muitas). Você vai aprender coisas que nunca imaginou: como trocar uma fralda no escuro ou descobrir que seu ombro é o lugar preferido para sonecas. E sim, eu também já fui o cara que ficou 10 minutos tentando entender como aquele carrinho de bebê abre (pensa num negócio difícil).

Homem segurando um carrinho de bebê desmontado com cara de confuso
É um carrinho de bebê ou um Transformer???

E é isso que você vai fazer também. Aos trancos e barrancos, vai aprender. Neste guia, quero te passar tudo o que gostaria que tivessem me contado antes do Bernardo nascer. Dicas práticas, insights úteis e, sim, alguns causos que você só entende quando está do lado de cá da história. Porque ser pai é desafiador, mas é também o jeito mais incrível de descobrir quem você realmente é.

Guia do conteúdo

O que muda na sua vida (e na sua rotina)

Quando o Bernardo chegou, minha rotina virou de cabeça para baixo. Antes, o maior desafio do meu dia era decidir se ia jantar pizza ou hambúrguer. Depois, passei a calcular a quantidade de fraldas no armário como quem gerencia o estoque de um supermercado. A vida muda – e muda muito.

Como se preparar para ser pai?

A preparação emocional

Se você está esperando se sentir 100% pronto antes do bebê nascer, tenho uma notícia: isso não vai acontecer. E tá tudo bem! O misto de ansiedade, empolgação e medo é completamente normal. No meu caso, a dúvida era: “E se eu não souber o que fazer quando ele chorar?” A resposta? Você aprende. E rápido.

Ser pai é um exercício constante de adaptação e, na maioria das vezes, de improviso. A preparação emocional não é sobre não sentir medo, mas sobre aceitar que é normal sentir – e seguir em frente mesmo assim.


A bagunça na rotina

Lembra de quando você conseguia dormir 8 horas seguidas? Então, guarde essa memória com carinho. Com um recém-nascido em casa, as noites passam a ser uma maratona de “quem levanta agora?” para acalmar o bebê. Aqui em casa, a gente revezava como em um campeonato, mas algumas madrugadas eram insanas. Teve uma vez que, às 4 da manhã, eu tava vendo desenho animado com o Bernardo no colo, só para ele se acalmar.

E não é só o sono que muda. Horários de refeições, tempo para você e até assistir uma série – tudo vira questão de planejamento. Mas sabe o que é curioso? De alguma forma, você se adapta. Aos poucos, o caos vira rotina e você percebe que é possível fazer caber tudo, mesmo que às vezes pareça um milagre.

Sua vida nunca mais será a mesma

Num domingo que prometia ser perfeito, veio o choque de realidade. O plano era simples: Corinthians x São Paulo na TV, cervejinha gelada e 90 minutos de tranquilidade no sofá. Só que ninguém avisou o Bernardo desse roteiro.

Começou com uma pilha de mamadeiras para lavar. Depois, veio a troca de fraldas – porque, claro, ele escolheu aquele momento pra se sujar. E, quando finalmente parecia que ele ia cochilar e eu teria um tempinho pra assistir o jogo, começou um choro que, sem exagero, durou até os 40 minutos do segundo tempo. Não vi o jogo, não soube o placar até horas depois, e foi aí que a ficha caiu: eu não era mais o dono do meu tempo.

Aceitar que sua vida nunca mais será a mesma é um dos desafios mais difíceis – e libertadores – da paternidade. Quanto mais rápido você se dá conta disso, mais fácil fica para aproveitar os momentos com seu filho sem se frustrar pelo que deixou de fazer. Não é sobre abrir mão de quem você é, mas entender que, por um tempo, as prioridades mudam. E tudo bem.

Depois daquele dia, percebi que não dá pra lutar contra essa mudança. Ao invés disso, o segredo é abraçá-la. Porque, no final, o que importa mesmo não é o jogo que você perdeu, mas os pequenos momentos que está ganhando com o seu filho.

Como se preparar para a chegada do bebê

Preparar-se para a chegada do bebê não é só uma questão de comprar fraldas e montar o berço. É mais como organizar um show onde você é o produtor, o assistente e, de quebra, a plateia emocionada.

Quando o Bernardo estava para nascer, eu achava que sabia o que estava fazendo. Spoiler: não sabia. Mas é exatamente isso que torna esse momento tão especial – e um pouco assustador.

Montando o arsenal do bebê

Montar o enxoval é uma missão que mistura estratégia militar com uma pitada de “o que é isso e pra que serve?”. Tem os clássicos, como berço, carrinho e roupinhas, mas também aquelas coisas que você só descobre que precisa quando está no meio do caos. No meu caso, descobri que lencinhos umedecidos são tão importantes quanto fraldas. E que um trocador portátil pode salvar sua dignidade em locais inesperados.

Mas fora esses itens óbvios, existem algumas coisas não tão evidentes. mas são muito importantes ter em casa desde o primeiro dia. Aqui vai a minha lista secreta:

  • mosqueteiro de berço (principalmente se você morar em um lugar com muitos pernilongos)
  • aparelho de ruído branco (eu tenho três em casa, um em cada cômodo)
  • tapete higiênico de cachorro (hahahahah) – sim, parece estranho, mas é uma mão na roda. Você vai usar ele para proteger o trocador do seu bebê, quando acontecer eventuais acidentes 💩 (ah, pode ser o mais barato que tiver)
  • pinça para limpar o nariz – é uma específica de bebê, de plástico, e com uma luz pra te ajudar a ver dentro do narizinho
  • termômetro ambiente. A temperatura ideal para o seu filho dormir é um grande desafio. Ter um termômetro na parede vai ajudar bastante saber se está frio ou calor. O Bernardo gosta de dormir com 23-24°C.
montar
Proteja o trocardo do seu bebê com um tapete higiênico pet

Aprendendo o básico antes do show começar

Se você nunca segurou um recém-nascido, a experiência pode parecer um daqueles desafios de reality show: “Como manejar algo tão pequeno sem quebrar nada?” Antes do Bernardo, eu nunca tinha dado banho ou trocado uma fralda. Assisti vídeos, pedi dicas e até pratiquei segurando uma almofada. Mas nada se compara ao momento real.

Na prática, as coisas não são tão perfeitas quanto nos vídeos – você vai se atrapalhar, sim, mas também vai aprender rápido. A minha dica? Tente entrar no jogo antes do apito inicial. Treine o básico, pergunte sem vergonha e, se errar, lembre-se: bebês são mais resistentes do que parecem (isso pode ser uma das melhores dicas que eu tenho pra te contar).

O papel do pai na gravidez

Durante a gravidez, é fácil sentir que você está no banco de reservas. Afinal, quem está carregando o bebê é ela, quem sente os chutes é ela, e quem tem as mudanças hormonais, bom, definitivamente é ela. Mas deixa eu te contar uma coisa: o pai tem um papel fundamental, e quanto mais cedo você abraçar isso, melhor.

Na gravidez do Bernardo, eu percebi que ser pai começa muito antes do parto. Ser parceiro nesse momento significa estar presente de verdade. Não é só acompanhar as consultas – embora isso seja importante –, mas mostrar que você está junto em todas as mudanças, físicas e emocionais, que estão acontecendo.

Apoiando emocionalmente

A gravidez mexe com tudo: corpo, mente e, muitas vezes, humor. Eu vi minha esposa rir de uma coisa e, cinco minutos depois, chorar porque achou que o sofá não combinava com o tapete. Ser pai nessa fase é oferecer segurança, mostrar que tá tudo bem sentir isso, e estar lá pra ouvir – mesmo quando você não sabe o que dizer.

E, sim, às vezes o apoio é prático. Tipo sair correndo atrás de sorvete com mostarda ou segurar firme quando ela não consegue levantar sozinha do sofá. Mas, na essência, é sobre criar um ambiente onde ela se sinta confortável e amada, porque isso reflete diretamente no bem-estar do bebê.

Participando ativamente

Sabe aquelas aulas de pré-natal ou leituras sobre o desenvolvimento do bebê? Participe. Parece óbvio, mas muitos pais deixam isso passar. Na nossa gravidez, eu fiz questão de aprender sobre cada etapa, desde como segurar um recém-nascido até o que esperar no parto. Além de me sentir mais preparado, isso também mostrou pra minha esposa que eu estava comprometido.

E aqui vai uma dica: demonstre interesse genuíno. Pergunte como ela está se sentindo, leia sobre os sintomas que ela menciona e, se possível, faça parte das escolhas, como o nome do bebê ou o tema do quarto. Isso não é só sobre ela ou sobre você – é sobre vocês dois se conectarem ainda mais como parceiros

Se preparando para o grande dia

O dia do parto é emocionante, mas também pode ser assustador. Pra mim, saber que eu ia estar ali, ao lado dela, me deu uma sensação de responsabilidade gigante. Minha tarefa? Ser o porto seguro dela. Isso significava não só carregar as malas para o hospital, mas também estar emocionalmente disponível.

Lembro que, durante o trabalho de parto, minha maior contribuição foi segurar a mão dela e dizer que ia dar tudo certo – mesmo quando eu estava tão nervoso quanto ela. Estar presente nesse momento é algo que você nunca vai esquecer, e é também onde você percebe que a paternidade já começou.

Os primeiros dias com o bebê em casa

Se eu pudesse definir os primeiros dias com o Bernardo em uma palavra, seria: caos.

Não aquele caos ruim (tá, na verdade, em alguns momentos, foi ruim mesmo), mas o tipo de bagunça que vem com algo totalmente novo. Você tenta criar uma rotina, mas descobre que quem manda é o bebê. Não importa quantos livros você tenha lido ou vídeos assistido, a realidade é um pouco (ou muito) diferente.

Bem-vindo ao caos organizado

Os primeiros dias são uma mistura de descobertas e adaptações. O bebê acorda em horários que parecem escolhidos aleatoriamente por um comediante cósmico, e as trocas de fralda são tão frequentes que você começa a achar que está operando uma linha de produção.

No começo, é comum se sentir meio perdido. Lembro de passar horas olhando para o Bernardo enquanto ele dormia, só para me certificar de que ele estava respirando. Parece bobo, mas é um reflexo do amor e da responsabilidade que você sente. Aos poucos, as coisas vão se ajeitando, e o que antes parecia um turbilhão começa a fazer sentido – ou pelo menos a ter um ritmo próprio.

Sobrevivendo às madrugadas

Ah, as madrugadas. Essa é a parte em que a paternidade te apresenta o conceito de “sono picado”. Por aqui, minha esposa e eu tentamos revezar o máximo possível. Mas confesso que, mesmo nas noites em que não era minha vez de levantar, eu acabava acordando – seja porque o Bernardo estava chorando ou porque eu queria ter certeza de que tudo estava bem.

Minha dica é simples: tenha um plano. Dividir as tarefas noturnas faz toda a diferença, mesmo que a divisão nem sempre seja 50/50. E, mais importante, aceite que o sono não vai ser perfeito. Use aqueles cochilos rápidos entre as mamadas e trocas de fralda para recarregar as energias. É cansativo, mas também é passageiro.

Aprendendo a confiar em si mesmo

Nos primeiros dias, a insegurança é constante. Será que estou segurando o bebê direito? Ele está chorando de fome, frio ou só porque quer testar minha paciência? No começo, eu achava que precisava saber todas as respostas. Mas, com o tempo, percebi que a paternidade é muito mais sobre tentar, errar e aprender do que sobre acertar de primeira.

Com o Bernardo, no segundo banho que fui dar nele em casa, por um descuido, ele acabou engolindo água da banheira e se afogando. Eu saí correndo com ele pelado pela casa (e era um dia muito frio) pedindo ajuda para minha esposa. Foi assustador. Mas ao mesmo tempo, me mostrou que ele não era uma peça de porcelana extremamente frágil.

Ah, e sobre isso, uma dica importante: se você achar que seu bebê está afogado, mas ele estiver chorando, fique tranquilo. Caso ele realmente esteja afogado, não irá chorar.

A melhor coisa que você pode fazer nesses dias é confiar no seu instinto e se permitir errar. O bebê não precisa de um pai perfeito – ele precisa de você, presente e tentando o seu melhor.

Dicas práticas para o dia a dia

Os dias com um bebê são intensos, mas algumas dicas práticas podem fazer toda a diferença. Aqui vai um compilado direto ao ponto, com base no que funcionou pra mim nos primeiros meses com o Bernardo.

Choros e como decifrá-los

Ah, o choro. Parece que bebês têm uma habilidade especial de nos deixar confusos com ele. A melhor forma de lidar com isso é criar uma checklist mental:

  • Fome? Verifique se é hora de mamar. Às vezes, eles só precisam de um lanchinho rápido.
  • Fralda suja? Nem sempre dá pra perceber só pelo cheiro, então dê uma conferida.
  • Sono? Um leve embalo ou um som repetitivo pode ajudar a acalmar.
  • Gases? Coloque o bebê no ombro e dê leves tapinhas nas costas para ver se resolve.

No início, você pode se sentir meio Sherlock Holmes tentando desvendar o mistério, mas logo começa a identificar os padrões. Por aqui, percebi que o Bernardo tinha um “chorinho clássico” de fome – algo que levou umas semanas para entender, mas depois ficou claro como água.

Checklist para saber o porquê o bebe está chorando
Se nada der certo, é hora de apelar para a mamãe! 😅

Cuidados básicos com o bebê

Cuidados do dia a dia podem parecer intimidador no começo, mas com o tempo, viram rotina. Trocar fraldas, por exemplo, é algo que você faz tantas vezes que quase vira automático. Dica: sempre tenha o “kit troca” montado – fralda, lenços e pomada ao alcance da mão. Isso evita correrias desnecessárias enquanto você tenta segurar um bebê que não para de se mexer.

Outro momento crítico é o banho. A água deve estar morna (teste com o antebraço), e use uma banheira com suporte para facilitar. Eu confesso que, no primeiro banho do Bernardo, parecia que estava tentando manusear um sabonete vivo – mas, com o tempo, peguei o jeito.

E, claro, não esqueça do famoso momento do arroto depois de mamar. Coloque o bebê no ombro, dê tapinhas leves e, se nada sair, não se desespere. Às vezes, o bebê já está bem e você nem percebeu.

IMPORTANTE: às vezes o bebê não vai arrotar depois de mamar. Não precisa ficar chacoalhando ele por uma hora e preocupado porque ainda não arrotou.

A importância de cuidar de si mesmo

No meio de tantas demandas, é fácil esquecer que você também precisa de cuidado. Mas aqui vai a verdade: se você estiver exausto, não vai conseguir cuidar bem do bebê. Eu só percebi isso depois de algumas noites mal dormidas, quando quase coloquei café no copo de suco.

Tire cochilos sempre que puder – nem que sejam 15 minutos enquanto o bebê dorme. E não hesite em pedir ajuda. Amigos e familiares geralmente adoram dar uma força, seja levando uma comida ou ficando com o bebê para você descansar um pouco.

Outra coisa que ajudou muito foi separar alguns momentos só para mim. Às vezes, era só tomar um café quente (coisa rara nos primeiros meses), mas fazia toda a diferença para recarregar as energias.

Truques que salvam o dia a dia

Aqui estão alguns hacks que descobri e que tornaram a rotina mais leve:

  • Monte estações de troca pela casa: Um kit com fraldas e lenços em pontos estratégicos evita correria.
  • Use um sling ou canguru: Além de ajudar a acalmar o bebê, deixa suas mãos livres para tarefas rápidas.
  • Experimente ruído branco: Aqui, os aparelhos de ruído branco viraram nossos melhores amigos nas sonecas.

Esses pequenos ajustes no dia a dia não resolvem todos os desafios, mas ajudam a deixar tudo mais administrável. O mais importante é entender que nem tudo vai sair como planejado, e tá tudo bem.

Dica rápida: Tenha fraldas, lenços e pomada ao alcance. Montar “estações de troca” pela casa facilita muito a rotina.

Criando um vínculo com o bebê

Nos primeiros dias, criar um vínculo com o bebê pode parecer algo natural, mas para muitos pais – e confesso, eu incluso – isso leva tempo. É um processo que acontece nos pequenos momentos do dia a dia, quando você descobre que aquele serzinho depende de você para tudo, mas também que, mesmo com poucas semanas de vida, ele já tem sua própria personalidade.

O poder do contato

O contato físico é uma das formas mais simples e poderosas de criar esse vínculo. Desde o primeiro momento em que segurei o Bernardo no colo, percebi que ele se acalmava só de ouvir minha voz e sentir meu calor. Algo tão simples quanto deixá-lo deitado no meu peito, com a pele em contato, era mágico – para ele e para mim.

Pesquisas mostram que o contato pele a pele ajuda a regular a respiração e os batimentos cardíacos do bebê, além de fortalecer o vínculo emocional 1. Então, não economize nos abraços, nos colos e nas horas de aconchego. Você pode não ser o responsável pela amamentação, mas pode oferecer conforto e segurança em outras formas.

Ah, uma coisa que eu recomendo para todos os papais: seja o responsável pelos banhos! Esse momento entre vocês dois pode ajudar, e muito, a aumentar seu vínculo com o bebê.

Brincadeiras simples e interação

No começo, parece que tudo o que o bebê faz é dormir, comer e chorar – e, bom, é quase isso. Mas, mesmo nessa fase inicial, você pode começar a interagir com ele. Fazer caretas, emitir sons engraçados ou até narrar o que você está fazendo são formas de se conectar.

Eu costumava cantar músicas inventadas na hora enquanto trocava as fraldas do Bernardo. Era algo como “o bebê cheirosinho vai ficar limpinho” – um sucesso absoluto na nossa casa (e, com sorte, esquecido para o resto do mundo). Pode parecer bobo, mas esses momentos criam uma base de interação e confiança.

Reserve tempo só para vocês dois

Em meio à correria, é fácil cair na rotina e deixar esses momentos de lado. Mas fazer algo só entre vocês – mesmo que seja segurar o bebê enquanto ele tira uma soneca no seu colo – é uma forma de fortalecer o vínculo.

Eu lembro de uma noite em que minha esposa estava descansando e fiquei sozinho com o Bernardo. Ele acordou chorando, e eu passei um tempo embalando-o na sala, com uma música calma ao fundo. Foi naquele silêncio compartilhado que percebi como esses momentos, embora simples, são incrivelmente especiais.

O que ninguém te contou (mas deveria)

A paternidade tem umas pegadinhas que ninguém te avisa. É como se só quem passa pelo jogo pega os macetes – e eu acho isso uma injustiça. Então, deixa eu compartilhar umas verdades que aprendi na prática, pra você não ser pego tão de surpresa.

Seus erros não te definem

Uma vez, eu fui trocar a fralda do Bernardo achando que era a coisa mais simples do mundo. Resultado? O lado adesivo ficou pra dentro, e eu só percebi porque, claro, a fralda vazou no meu colo. Na hora, eu pensei: “Pronto, já comecei mal.” Mas quer saber? Tudo bem errar. Faz parte.

Ninguém nasce sabendo ser pai. Você vai tropeçar, às vezes vai se enrolar, mas, no final das contas, o que importa é estar lá. O Bernardo não lembra das vezes que eu errei (e olha que não foram poucas), mas ele sabe que eu sempre estive presente. Isso é o que realmente faz diferença.

A vida dos outros parece sempre mais fácil

Se você abrir o Instagram, vai achar que todo mundo tá vivendo a paternidade perfeita: bebê sorrindo, casa arrumada, todo mundo descansado. A realidade? Bem diferente. Aqui em casa, teve dia que a sala parecia uma zona de guerra de fraldas e mamadeiras, e eu mal sabia se era terça ou quinta-feira.

É normal se sentir perdido e pensar que só você tá passando por isso, mas a verdade é que ninguém tá 100% no controle. Tá todo mundo tentando, assim como você. Saber disso já tira um peso gigante das costas.

Os dias difíceis também viram saudade

No meio do caos, parece impossível pensar que você vai sentir falta dessas noites sem dormir ou das fraldas explosivas. Mas vou te contar: você vai. Tem dias que olho fotos do Bernardo pequenininho e fico rindo sozinho de coisas que, na hora, me deixaram maluco.

Aquele choro que parecia eterno virou história pra contar. Aquela noite em que eu andei pela casa inteira embalando ele? Hoje é uma lembrança que aquece o coração. Então, quando o dia estiver puxado, tenta lembrar que tudo isso é temporário.

Você e sua parceira ainda são um time

Quando o bebê chega, parece que toda a energia vai pra ele. É normal. Mas isso não significa que vocês dois, como casal, deixaram de existir. Lembro que, nas primeiras semanas do Bernardo, minha esposa e eu só conseguíamos ter um tempo juntos nas trocas de turno da madrugada. Era difícil, mas também nos ensinou o quanto dividir as coisas ajuda.

Às vezes, o tempo que vocês têm é só pra um café rápido ou uns minutos de conversa antes de dormir. Aproveita. Esses pequenos momentos são como recarregar a bateria do relacionamento.

Quando pedir ajuda (e por que isso é normal)

Olha, vou ser bem direto: pedir ajuda não é fraqueza. Pelo contrário, é um sinal de que você se importa o suficiente para reconhecer quando precisa de suporte. Eu também já quis dar conta de tudo sozinho, mas a real é que ninguém consegue ser um super-herói 24/7.

Rede de apoio? QUERO!!!

Lembra daquela tia que sempre diz “se precisar de qualquer coisa, é só chamar”? Chama. Se você tem amigos ou familiares dispostos a ajudar, não hesite em aceitar. Seja para ficar com o bebê enquanto você tira um cochilo ou trazer uma marmita quentinha num dia corrido, essas pequenas ajudas fazem uma diferença enorme.

Aqui em casa, teve um dia em que estávamos tão exaustos que minha sogra apareceu com um almoço completo e lavou a louça antes de ir embora. Rapaz, pensa na felicidade…

Quando a exaustão bate

Tem momentos em que o cansaço parece que vai te derrubar. Você sente que não tá dando conta, e aí vem aquela sensação de culpa – como se você tivesse que estar no controle o tempo todo. Se isso acontecer, saiba que você não está sozinho.

Pra mim, foi difícil admitir que estava sobrecarregado. Mas, quando desabafei com minha esposa, percebi que dividir o peso não só aliviou pra mim, mas também ajudou ela. Às vezes, tudo o que você precisa é conversar, pedir um revezamento nas tarefas ou até buscar apoio emocional com um profissional, se for o caso.

É sobre ser humano, não perfeito

A paternidade é incrível, mas também é cansativa, confusa e, muitas vezes, imprevisível. Pedir ajuda não significa que você está falhando – significa que você entende a importância de cuidar de si mesmo para poder cuidar do seu filho.

E sabe o que é mais importante? Ao buscar ajuda, você tá mostrando pro seu filho que ninguém precisa enfrentar tudo sozinho, que é normal depender dos outros de vez em quando. Isso também é uma lição poderosa que ele vai levar pra vida.

Conclusão

Ser pai de primeira viagem é uma experiência transformadora. É confuso, cansativo, cheio de surpresas – e, mesmo assim, é a coisa mais incrível que você vai viver. Não importa quantos conselhos você receba ou quantos guias leia, a paternidade é algo que você aprende no dia a dia, com amor, erros, acertos e, claro, um pouco de café pra aguentar as noites em claro.

Com o Bernardo, percebi que não existe pai perfeito, e que tá tudo bem se sentir perdido às vezes. O importante é estar presente, disponível e disposto a aprender. Cada sorriso, cada olhar, cada pequeno momento faz tudo valer a pena.

E lembra: você não está sozinho. É normal pedir ajuda, se sentir cansado e ter dúvidas. Mas também é normal sentir uma felicidade que não cabe no peito quando o bebê segura o seu dedo pela primeira vez ou quando você percebe que aquele serzinho tão pequeno confia em você como ninguém mais.

No final das contas, a paternidade não é sobre fazer tudo certo – é sobre estar ali, do jeito que você é, vivendo e curtindo cada etapa. Porque, no fundo, seu filho não precisa de um pai perfeito. Ele só precisa de você.

Bem-vindo ao clube. Vai dar tudo certo.

  1. Benefícios do Contato Pele a Pele para o Recém-Nascido – https://www.coren-ce.org.br/wp-content/uploads/2019/03/BENEF%C3%8DCIOS-DO-CONTATO-PELE-A-PELE-PARA-O-REC%C3%89M-NASCIDO.pdf[]
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João Baptista

Pai do Bernardo e fã de conversas sinceras sobre os altos e baixos da paternidade. Quando não está escrevendo ou tentando descobrir novos truques para o sono do filho, gosta de um bom café e de momentos em família com a Re. Criador do "Jornada de Pai", compartilha experiências reais e dicas práticas para ajudar outros pais a enfrentarem os desafios (e celebrarem as alegrias) de criar filhos. Afinal, na paternidade, a gente aprende junto, um dia de cada vez.

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